terça-feira, 11 de junho de 2013


Cocaína e Crack


O crack tem como princípio ativo a cocaína, uma possível representação da droga. A forma mais comum de sua obtenção é por meio da reação em meio aquoso de cloridrato de cocaína e bicarbonato de sódio ou amônia, resultando em um precipitado que muda em cor e consistência devido à presença de diversos contaminantes, mas que em geral tem o aspecto de pequenas pedras de branco-amareladas a marrons.


Para ver a fonte dessa imagem, clique aqui


Cocaína - O nome cocaína deriva da coca (Erythroxylum coca), planta nativa da América andina de cujas folhas é extraída. O nome químico da droga é benzoilmetilecgonina .  Se refere a um alcalóide, éster do ácido benzóico, cuja fórmula reduzida é C17H21NO4 (Fórmula). Na sua forma purificada, apresenta-se como um sal branco e translúcido, quase sempre ligada ao íon cloridrato (HCl), formando o cloridrato de cocaína que é fortemente solúvel em água (PF= 98°, PE= 187°).



Para ver a fonte da imagem, clique aqui


Histórico
O hábito de mascar folha de coca devido a seus efeitos estimulantes vem de pelo menos dez séculos, de acordo com o achado de resíduos de cocaína nos cabelos de múmias andinas datando de cerca de 1000 d. C. Boa parte da região situa-se em altitude elevada, portanto com baixa pressão de oxigênio. A mastigação da planta (com uma pequena quantidade de cinza para alcalinizar o bolo e facilitar a liberação dos alcaloides) resulta na liberação contínua de pequenas quantidades de cocaína, permitindo aos habitantes locais enfrentar melhor os efeitos da altitude, da fadiga e do jejum. Com a expansão do império Inca, o uso da folha foi adotado e espalhado, sendo usada inclusive como meio de troca. Em 1551, o Bispo de Cuzco proibiu o uso da coca sob pena de morte, porque era “um agente nocivo do Diabo". Já em 1565, a planta da coca fez parte no livro pioneiro do médico espanhol Nicolás Monardes, “História das drogas, especiarias e certos medicamentos simples que crescem nas Índias e na América”. O autor destacou as propriedades estimulantes da planta, que permitia aos nativos “passar por desertos onde não encontra nada que comer nem beber [...] [com] as forças preservadas”.
A cocaína foi primeiramente isolada pelo alemão Friedrich Gaecke em 1855, que a denominou eritroxilina (por haver sido isolada de plantas do gênero Erythroxylon). Em 1860, o também alemão Albert Niemann publicou um trabalho sobre um novo e aperfeiçoado método de extração da droga, que chamou de cocaína. Poucos anos mais tarde, entre 1883 e 1887, Sigmund Freud publicou uma série de trabalhos sobre sua experiência com a droga. Neles, defendia suas qualidades no tratamento de várias condições como depressão e vício em heroína, e observou suas propriedades anestésicas. Após alguns incidentes negativos, parou de recomendar a droga que, no entanto, tinha real valor como anestésico tópico. No final do século XIX a cocaína era livremente comercializada, sendo produzida e distribuída por grandes laboratórios como Merck e Parke-Davis, e integrava a composição de um grande número de preparações medicamentosas.

 
Frasco de Hidrocloreto de Cocaína comercializado pelos laboratórios Merck. Clique aqui para ver a fonte da imagem.


Nos EUA o “Pemberton’s French Wine Coca” tornou-se um produto bastante popular. A proibição da comercialização de bebidas alcoólicas em Atlanta, sede da empresa, em 1885, motivou a criação de uma bebida não-alcoólica à base de folhas de coca e noz de cola, a Coca-Cola. Desde 1903 a empresa passou a utilizar folhas de coca das quais a cocaína é previamente retirada.


Para ver a fonte da imagem, clique aqui


Devido ao seu uso indiscriminado, foram feitas campanhas contra a sua comercialização e uso: em 1914, o Senado dos EUA aprovou o “Harrison Narcotic Act”, lei que submetia a comercialização de cocaína à obrigatoriedade de prescrição médica.  Em 1925, a Liga das Nações firmou em Genebra uma convenção para o controle de narcóticos, em 1948, a recém-fundada Organização das Nações Unidas estabeleceu a proibição de drogas como uma de suas prioridades, e em 1961 aprovou a Convenção Única contra os Narcóticos.


Texto adaptado de MACHADO, G. H. Crack. Estudo Maio 2011. Consultoria Legislativa. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/documentos-e pesquisa/publicacoes/estnottec/tema19/2011_2019.pdf Acesso em 30 abril de 2013.

Produzido por Eleonora Maria Comandaroba

domingo, 9 de junho de 2013

  Liga Acadêmica de Bioquímica - Crack e Cocaína

Nesse semestre da Liga Acadêmica de Bioquímica, enfocamos no tema "Bioquímica das drogas ilícitas" e escolhemos duas delas (Crack e Cocaína) para aprofundar nosso estudos. Além de aspectos bioquímicos, pesquisamos curiosidades como o histórico da droga, e filmes com a temática fazendo correlação com os aspectos abordados.
Em breve postaremos os resultados das nossas revisões para que vocês também possam aprender mais sobre o assunto.